As mudanças climáticas são um problema global, mas seus impactos não são sentidos da mesma forma por todos. Como pontua o conhecedor Pablo Said, enquanto países ricos e grandes corporações são os maiores responsáveis pela emissão de gases poluentes, são as populações mais pobres e periféricas que enfrentam as piores consequências. Uma vez que secas, enchentes e furacões atingem com mais força quem tem menos recursos para se proteger. Pensando nisso, a seguir, vamos entender por que essa injustiça climática acontece e como ela afeta milhões de pessoas ao redor do mundo.
Por que as populações mais pobres sofrem mais com as mudanças climáticas?
As comunidades mais vulneráveis geralmente vivem em áreas de risco, como encostas de morros ou regiões propensas a enchentes, pois não têm acesso a moradias seguras. Dessa forma, quando desastres naturais acontecem, essas pessoas perdem casas, plantações e até mesmo vidas, sem ter para onde ir ou como se recuperar.
Enquanto isso, países ricos têm infraestrutura para amenizar os efeitos do clima extremo, como sistemas de drenagem e alertas antecipados. Já em nações mais pobres, falta investimento em prevenção e resposta a emergências, conforme ressalta o entendedor Pablo Said. Logo, sem políticas públicas eficientes, famílias inteiras ficam à mercê da natureza, sem ter como se proteger ou reconstruir suas vidas depois de uma tragédia.
Como a poluição dos países ricos afeta os mais pobres?
Grandes potências, como Estados Unidos e China, são responsáveis pela maior parte das emissões de carbono no mundo, de acordo com o especialista Pablo Said. No entanto, os efeitos dessas emissões são sentidos globalmente, inclusive em países que pouco contribuíram para o problema. Nações insulares, por exemplo, correm o risco de desaparecer com o aumento do nível do mar, mesmo emitindo uma fração mínima de poluentes.

Além disso, muitas indústrias poluentes dos países desenvolvidos são terceirizadas para nações pobres, onde as leis ambientais são mais flexíveis. Isso significa que essas comunidades sofrem duplamente: com a poluição local e com os efeitos globais das mudanças climáticas. Enquanto os lucros ficam com as grandes empresas, os custos humanos e ambientais recaem sobre quem menos pode se defender.
Existem soluções para reduzir essa desigualdade climática?
Uma das principais medidas é pressionar os países ricos a assumirem sua responsabilidade, financiando projetos de adaptação climática em nações vulneráveis. Dessa maneira, acordos internacionais, como o Fundo Verde para o Clima, são um passo importante, mas ainda insuficiente. Pois, é preciso que os governos cumpram suas promessas e invistam em energia limpa, reflorestamento e infraestrutura resiliente.
Ademais, segundo Pablo Said, é essencial apoiar comunidades locais com educação e tecnologia para enfrentar os efeitos do clima. Pequenos agricultores, por exemplo, podem se beneficiar de técnicas de cultivo sustentável que resistam a secas. Ou seja, empoderar essas populações é fundamental para reduzir a injustiça climática e garantir um futuro mais justo para todos.
Um combate que não pode ser esquivado
Em resumo, fica claro que as mudanças climáticas não afetam a todos igualmente, e essa desigualdade precisa ser enfrentada com urgência. Isto posto, enquanto os mais pobres sofrem as piores consequências, os maiores poluidores precisam assumir sua parte na solução. Assim sendo, só com cooperação global, investimento em sustentabilidade e políticas que protejam os mais vulneráveis será possível construir um mundo mais equilibrado. Portanto, a justiça climática não é apenas necessária, é uma obrigação de todos.
Autor: Charles Moore