Conforme o advogado Roberto Moreth, a Reforma Tributária Brasileira é uma iniciativa crucial para simplificar o sistema fiscal e promover maior justiça tributária no país. O sistema atual é complexo e caracterizado por uma alta carga tributária sobre o consumo, vários tributos e a guerra fiscal entre os estados. Isso impacta negativamente a competitividade empresarial e aprofunda desigualdades sociais e regionais. O objetivo da reforma é melhorar o modelo, tornando-o mais eficiente, justo e alinhado às práticas internacionais.
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Como a complexidade do sistema tributário afeta a economia?
O sistema tributário atual é amplamente reconhecido por sua complexidade, com múltiplos tributos que geram custos elevados para as empresas e para os consumidores. A descentralização das competências tributárias, após a Constituição de 1988, resultou em uma sobrecarga de normas e impostos que prejudicam principalmente os consumidores de baixa renda. Segundo o Dr. Roberto Moreth, essa estrutura regressiva penaliza mais as classes menos favorecidas, tornando o sistema fiscal injusto e ineficiente, além de dificultar o desenvolvimento econômico e social do país.
Quais os principais problemas que a reforma tributária visa resolver?
A reforma tributária busca resolver problemas estruturais graves, como a regressividade dos impostos e a falta de harmonização entre as normas tributárias dos estados. A dependência de impostos indiretos, como o ICMS, e a concorrência fiscal entre os entes federativos criam distorções que prejudicam tanto os consumidores quanto o setor empresarial. Além disso, a evasão fiscal e a sonegação de impostos comprometem a arrecadação e o financiamento de políticas públicas essenciais, como saúde e educação.
O que muda com a criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS)?
Um dos pilares da reforma é a criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que unificará tributos como PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS. Esse novo imposto tem como objetivo simplificar o sistema tributário, reduzindo custos administrativos e aumentando a eficiência da arrecadação. A unificação de tributos também visa tornar o ambiente de negócios mais favorável, diminuindo a burocracia e estimulando a atividade econômica no país, assim como pontua o advogado Roberto Moreth.

Como a implementação do Imposto Seletivo contribuirá para a justiça fiscal?
O Imposto Seletivo, que será instituído como parte da reforma, terá um caráter regulatório, com foco em bens e serviços que causam impactos negativos à saúde e ao meio ambiente. Além de desestimular o consumo de produtos prejudiciais, a arrecadação deste imposto poderá ser direcionada para financiar políticas públicas em áreas como saúde e sustentabilidade. Dessa forma, o imposto não só busca gerar uma arrecadação mais justa, mas também promover escolhas mais responsáveis por parte dos consumidores.
Quais os impactos esperados da reforma para as empresas e a competitividade no Brasil?
De acordo com o doutor Roberto Moreth, a reforma tributária tem o potencial de aumentar significativamente a competitividade das empresas brasileiras. Ao simplificar o sistema e reduzir a carga tributária sobre o consumo, a reforma poderá diminuir o chamado “custo Brasil”, o que facilitará a entrada de investimentos estrangeiros e melhorará o ambiente de negócios. A maior transparência nas regras fiscais também pode gerar mais confiança no mercado e promover o crescimento econômico, alinhando o Brasil às melhores práticas internacionais.
Como a transição gradual da reforma evitará impactos negativos?
A transição gradual da reforma é essencial para evitar impactos negativos tanto para os contribuintes quanto para os entes federativos. Durante o período de adaptação, as empresas e governos terão tempo para ajustar seus sistemas e processos, minimizando dificuldades operacionais. Essa abordagem permitirá uma implementação mais suave, garantindo que as mudanças sejam absorvidas de forma eficiente e sem grandes prejuízos para a economia ou os cidadãos.
Quais os desafios para implementar a reforma tributária no Brasil?
Apesar das vantagens, a implementação da reforma tributária no Brasil enfrenta desafios significativos. A integração dos sistemas tributários entre a União, estados e municípios exigirá grandes investimentos em tecnologia e capacitação, aponta o advogado Roberto Moreth.
Além disso, será necessário um esforço conjunto entre o governo, as empresas e a sociedade civil para garantir que as mudanças sejam bem-sucedidas. A transição gradual, embora benéfica, também demanda planejamento e diálogo contínuo para garantir que o novo sistema tributário seja eficiente e justo para todos.