O desembargador Kássio Nunes Marques, 48 anos, um verdadeiro meteoro no universo jurídico de Brasília, vai ser sabatinado pelo Senado nesta quarta-feira. Escolhido por Jair Bolsonaro para a vaga de Celso de Mello no STF — um posto que muita gente importante desejava e ficou a ver navios –, Nunes Marques seguiu o roteiro dos indicados até o grande dia.
Ajudado pela pandemia, não precisou gastar sola de sapato nas galerias do Senado nem levar chá de cadeira de senador de oposição para apresentar suas credenciais. Falou com quase todos os senadores por ligação de vídeo, narrando detalhes de sua vida e carreira na magistratura. Aos mais chegados, claro, falou presencialmente.
Nos dias que antecederam a sabatina de logo mais, Nunes Marques, como todo jogador que entrará e campo, teve que treinar. Respondeu a várias perguntas formuladas por sua assessoria para que não seja surpreendido por pegadinhas da oposição, minúscula, mas disposta a fazer barulho.
Do discurso que fará na abertura da sabatina pouco se sabe. Conhecido por não driblar assuntos, vai procurar incluir temas que agradem governistas e oposicionistas. A aprovação de Jorge Oliveira para o TCU nesta terça, teoricamente uma parada mais complicada por se tratar de um político, ajeitou o terreno para o novo futuro ministro do Supremo.
Com o jogo praticamente definido antes mesmo de começar, Nunes Marques vai se empenhar para garantir um vídeo bonito de recordação da sabatina, desses filmes de casamento que a gente assiste depois de velho, coisa que Nunes Marques está longe de ser, se comparado aos atuais ministros.
Ele terá muitos anos para desfrutar do olimpo do Supremo e seus carros blindados, múltiplos assessores, viagens internacionais, banquetes, palestras, togas e salões de mármore.